Prazo para migração de empreendedores termina dia 31, alerta Sebrae

Alberto Filho e o mar cheio de perspectivas de bons negócios
Arquivo Pessoal

Depois de passar cerca de quatro anos na informalidade, Alberto de Carvalho Albuquerque Filho, 47 anos, conseguiu deslanchar o seu negócio ao se tornar um microempreendedor individual (MEI). Criador da empresa Wahoo, que organiza passeios de turismo náutico e pesca esportiva, em Ilhéus, sul do estado, Albertinho, como é mais conhecido pelos turistas, disse que a formalização, feita há pouco mais de dois anos, oportunizou o crescimento do projeto, por causa da emissão de nota fiscal e organização melhor a vida contábil da empresa. O resultado foi tão positivo que, desde março de 2013, ele ultrapassou o teto de R$ 60 mil de faturamento anual, permitido ao MEI, e precisou migrar para o perfil de micro e pequeno empresa (MPE).

“Eu precisava desse up grade na empresa. Além de poder aumentar a minha possibilidade de investimentos, convidei um ex-cliente para ser meu sócio, e o negócio não pára de crescer”, comemora. Hoje, a empresa tem em sua lista cerca de 50 clientes. “O interessante é que investimos em um negócio em Ilhéus onde não contamos com nenhum cliente da cidade. São todos de fora”, relata Albertinho. Este ano, a expectativa é de que o faturamento da empresa chegue a R$ 120 mil.

“Para quem vive um bom momento como o de Albertinho, é chegada a hora de apostar na migração. O prazo se encerra em 31 deste mês e quem não fizer a operação neste período só terá uma nova oportunidade no ano que vem”, explica o analista do Sebrae, Michel Lima. Ele alerta que a medida vale tanto para o microempreendedor individual que quer se tornar micro e pequeno empresa quanto o MPE que legalizou a sua empresa antes da Lei de 2008 e ainda não atingiu o patamar de R$ 60 mil de faturamento por ano. A migração é simples e pode ser feita pela Internet. No caso de MPE para MEI, Michel destaca como aspectos positivos a diminuição de custos, como impostos, por exemplo.

O analista do Sebrae destaca, entretanto, que não há uma fórmula pronta para o empreendedor alcançar o sucesso. Por isso, é fundamental analisar caso a caso os exemplos para a migração. Albertinho Albuquerque, por exemplo, tinha a necessidade de buscar novos parceiros (na MEI não há chance de ter sócio) e atrair um montante de recursos mais significativo para a aquisição de barcos especialmente construídos para as modalidades oferecidas pela empresa dele. Hoje, ele possui duas embarcações que atendem a uma extensão de litoral que vai de Ilhéus, passa por Itacaré e segue até Barra Grande.

Turismo Náutico - Para atrair público dos mais variados segmentos, as lanchas da empresa são equipadas para a pesca oceânica com rádio comunicação VHF, sonda, GPS e demais materiais de salvatagem/segurança obrigatórios. Em 40 minutos estão navegando na água azul em profundidades de mais 200 metros, acompanhando o talude da plataforma continental atlântica. A base de operação fica no Iate Clube de Ilhéus. A empresa inclui no pacote, material para pesca, como varas, carretilhas, molinetes, iscas artificiais e naturais, linhas de pesca multifilamentos, monofilamento, leaders em fluorocarbono, anzóis e chumbadas.

Durante o dia, podem ser praticadas até três modalidades de pesca. A pesca com Jumping jig ou Pesca Vertical, conta com iscas artificiais de fundo, feitas de chumbo e em diversas cores e pesos. As principais espécies encontradas na pesca vertical são, além do Olho de Boi, Badejo Quadrado, algumas variedades de Atuns, Cavalas, Wahoo, Barracuda, Xaréu, Aracanguira, Guaraiuba e Pitangola. Na Pesca de Corrico, a lancha navega a uma velocidade entre cinco a oito nós, arrastando iscas artificiais de meia água e superfície de cores e modelos variados. No verão a pesca de corrico é bem mais produtiva, onde os peixes predadores como cavalas, dourados e atuns mostram-se bem frequentes. Já na Pesca de Fundo são utilizadas iscas naturais, vivas ou não, e todo material também é fornecido (carretilhas e molinetes), podendo as embarcações ficarem com motores ligados durante a pesca em grandes profundidades para encontrar o Vermelhos do Olho Amarelo, Vermelho Paramirim, Vermelho Piranema, Saramunetes e Cherne; Ou parados em profundidades menores onde são encontrados a Cioba, Dentão, Badejo, Ariocó, Guaiuba e muitas outras espécies